Monteiro Lobato me deu uma infância feliz.

18 de abril de 2011
Hoje que se comemora mais um aniversário de Monteiro Lobato, não teria como esquecer os tantos momentos encantados que ele me proporcionou. Falo do sítio do picapau amarelo que toda a minha geração teve a sorte de acompanhar. Se eu tive uma infância alegre e cheia de travessuras foi graças a essa obra maravilhosa que ele escreveu. Minha imaginação ficou mais fértil do que deveria e até hoje brinco do "faz de conta", e olha que às vezes ainda funciona. Minha frustração maior foi por nunca ter encontrado o pó de pirlimpimpin, quantas vezes não quis jogar esse pózinho em cima de mim e ir quase imediatamente para a casa da minha avó. Que não era um sítio, que não tinha burro falante nem boneca de pano que virou gente, muito menos um sabugo tão inteligente. Na casa da minha avó era tudo muito simples, um interiorzinho longe de tudo que não tinha água encanada nem energia elétrica. Mas isso o tornava ainda melhor, pois nos obrigava a tomar banho no açude e as brincadeiras eram sempre iluminadas pela lua. Na casa da minha avó vivi o meu próprio sítio do picapau amarelo, minha imaginação de criança me permitiu isso. E junto com meus primos e irmã fazíamos uma farra todas as férias. Lá eu podia subir em árvores, andar a cavalo, comer goiaba em cima do pé sem precisar lavar antes, brincar e pular dentro do açude, ouvir as histórias do meu avô, comer só quando sentia vontade e o que queria. Na casa dos meus avós minha imaginação não tinha limites, podia ser fértil, criativa e não tinha ninguém pra brigar quando fazíamos alguma coisa errada, não tínhamos hora pra dormir nem pra comer. Era realmente o paraíso pra qualquer criança!
Na casa da minha avó não tinha a vovó Benta, porque minha avó sempre foi magra e nunca nos contou histórias nem nunca teve aquela doçura da vovó Benta que todo mundo gostaria de ter. Mas pra mim, na minha inocente infância estava valendo minha avózinha mesmo, apesar das diferenças. Ainda vale, claro, amo minha vovó, a diferença não fez tanta diferença assim. Tia Anastácia nunca existiu por lá, pois minha avó fazia tudo sozinha e infelizmente ela não tem o dom da culinária. Os bolinhos de chuva que eu tanto sonhava em comer só os comi já na adolescência, quando eu mesma os fiz, claro, certamente não tão gostosos. O tio Barnabé era meu avô, que também fumava naquele cachimbo e tinha uma paciência e uma calma ao falar. Ele adorava conversar com os netos e contava umas histórias tão fora da realidade que aumentava ainda mais nossa imaginação fértil de criança. Neste dia tão especial como hoje, venho agradecer ao mestre Monteiro Lobato pela infância colorida e recheada de aventuras que tive. Foi tão prazeroso assitir ao sítio do picapau amarelo que até hoje eu vejo, preciso confessar!!! Até antes de casar eu assistia com minha mãe que também gosta muito. E já vou providenciar a compra dos dvds do sítio da época que eu vi para que meus filhos, quando os tiver, possa também ver e se possível ter uma infância tão gostosa como a minha.
                                                     Saudades dessa turminha boa!!

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